quarta-feira, 27 de maio de 2009

Estamos juntos.


Voltei. Não resisti ao chamamento, e voltei. É fundamental que nos envolvamos, que nos deixemos levar por este entusiasmo do “está tudo por fazer”.
‘Bora lá limpar mais até ali àquele poste.
De semana está menos gente, mas já sei que para o fim de semana têm imensos voluntários alistados. Óptimo. Hoje deu no noticiário da SIC, amanhã no “sociedade civil” da RTP…a coisa compõe-se em termos de awareness, mas não chega. Esta quimera por praias limpas tem de levar a mais algum lugar para além só de Km de praia sem lixo – até porque o Mar, por muito que agradeça, não consegue reprimir esta coisa natural das marés: leva e TRAZ muita coisa.

Tanta, Senhores! Oh gente, mas quem é que ainda não percebeu que sim, os preservativos são para usar, mas os próprios e as suas embalagens, não são da Missão Impossível, não se degradam em 5 segundos?!
E quem é que ainda não se deu conta de que as pastilhas elásticas poderão, sim, desenvolver o cérebro… Mas os seus papeis coloridos são suficientemente pequenos para ficarem ANOS presos nos cardos, nessas dunas onde NÃO DEVEMOS pisar por preservação ambiental… E quem resolve esta equação? Pisamos (levezinho) para limpar, ou somos
eco-correctos e ignoramos o lixo para não pisar os chorões?!
E sim, ficamos com dores nas costas, nas pernas, nas mãos… mas não era necessário deixarem frascos cheios de comprimidos à solta na praia! E sacos de tudo em geral. E sinais de festa: garrafas! Tantas. De vidro, de plástico. De litro, pequenas. Garrafões. De bebidas hidratantes, de gasolina, de vinho.
Festejem, sim, mas por favor guardem o lugar para festejar outra vez no próximo fim de semana. No próximo ano. No próximo século!

Enquanto não assumirmos que este “assunto” não são uns loucos a conviver, mas sim uns gritos de alerta brutais, nada feito. Enquanto for problema dos outros, enquanto “não for na minha praia”, enquanto for na concessão do bar seguinte, nada feito. Enquanto não virmos mais longe…
No acumulado. No horror. No não respirar, para as plantas. No não nadar, para os peixes. No não ter qualidade de vida para já – e Planeta em geral para depois, para NÓS TODOS, nada feito.

Mentira: muito feito. A Brigada do Mar já percorreu 15 Km com toda a minúcia. Foram 6 tractores de atrelado, cedidos pela Câmara Municipal de Grândola, que de cá saíram 2ªF carregados. E percorrer a arriba onde já se interveio é BRUTAL de orgulho e alegria.
Está tudo por fazer. E do Parque de Campismo da Galé, onde está apoiada, a Brigada continua a sair incessantemente. E a encher sacos: os azuis para plásticos, os pretos para vidro, os outros para indiferenciado… fixe, está a ser feito. Imenso, num ponto muito pequeno da nossa (incrível) costa.

Hoje está calor. Tiramos as luvas, descalçamo-nos, vamos ao mar, voltamos, recomeça. Das 13h30 às 16h tivemos mesmo de parar: repor energias, descarregar fotos e vídeo, enviar notícias, planear os próximos quilómetros, respirar fundo.

Por entre os murmúrios do pinhal, ía jurar que há uma brisa grata que nos afaga.
Estamos juntos.
Domingo, 31, é só o começo de tudo o resto.
MPC
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1 comentário:

Anabela disse...

Parabens MPC pela força da tua mensagem...dá vontade de largar o computador e correr para aí...poder partilhar convosco esses momentos! Gostava de poder olhar para as fotos do Verao ... dessas praias fabulosas e limpas, encher o peito de orgulho e dizer para mim propria :

"Brigada do Mar...eu estive la!"

Beijinhos. Parabens pessoal!